Azul: Vento a favor impulsiona otimismo, apesar de manutenção de neutro (com potencial de alta de 30%)

Azul: Vento a favor impulsiona otimismo, apesar de manutenção de neutro (com potencial de alta de 30%)

19/12/2023 às 12h45

Por: Fernanda Calandro
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O BTG Pactual Affiliate Research realizou um almoço com o CRO da Azul (AZUL4), Abhi Shah, e a equipe de RI para discutir as últimas atualizações do setor. O encontro revelou um ambiente competitivo mais racional, sem sinal de enfraquecimento da demanda apesar dos atuais níveis tarifários, indicando yields resilientes para o próximo ano.

Ambiente competitivo racional

A indústria aérea brasileira se tornou mais cautelosa, visando a restauração da lucratividade. A previsão para o 4T23 é de capacidade ainda abaixo do 4T19, representando quatro anos sem crescimento. A reestruturação de dívidas no setor contribuiu para uma competição mais equilibrada, mantendo os níveis de preço atuais, parcialmente impulsionados pela oferta limitada de novas aeronaves no mercado global.

Demanda resiliente

Apesar dos atuais patamares tarifários, a resposta dos clientes permanece positiva, especialmente para viagens internacionais. As reservas futuras mostram-se robustas, e a potencial redução de capacidade por um dos principais concorrentes da Azul aumenta a pressão sobre os yields. Consequentemente, a Azul não prevê grandes ajustes tarifários.

Dois programas estão em andamento:

  1. Voa Brasil, voltado para ampliar o acesso ao transporte aéreo e impulsionar o turismo, oferecendo aproximadamente 50 mil tarifas aéreas com desconto por mês para um nicho específico de mercado; e
  2. Um novo plano de universalização do transporte aéreo, que oferece um número pré-determinado de assentos com tarifas mais acessíveis. Clientes que comprarem passagens com pelo menos 14 dias de antecedência terão acesso a tarifas mais atrativas em rotas específicas definidas pelas companhias aéreas.

A Azul planeja oferecer 10 milhões de tarifas de ida e volta a até R$ 1.600. Em contrapartida, o governo se comprometeu a apoiar as companhias aéreas na redução da judicialização do setor, do preço do combustível e do financiamento de garantias.

Guidance 2024

A companhia Aérea reafirmou sua guidance de EBITDA de R$ 6,3 bilhões para o ano fiscal de 2024, impulsionada por um crescimento de 10% em ASMs, expansão em divisões como Azul Fidelidade e Azul Cargo, yields resilientes e redução da pressão do preço do combustível. A empresa espera uma margem de EBITDA sustentável de 28-30%. Essa guidance não considera ajustes potenciais de capacidade por concorrentes da Azul, que poderiam impulsionar ainda mais os yields.

Congonhas

As operações no aeroporto de Congonhas estão se expandindo, com a Azul conquistando 15% de market share após receber alguns slots da Avianca e adicionar novos voos. Isso permitiu que a empresa alcançasse um novo perfil de cliente, expandindo seu mercado endereçável e aumentando o revenue auxiliar por meio do aumento da penetração de cartões de crédito.

Dívida conversível

 A Azul apresentou os principais termos dos instrumentos conversíveis emitidos durante a reestruturação de dívidas. O preço de exercício negociado com os arrendadores é de R$ 36/ação, o que implica um múltiplo de 6x EV/EBITDA, considerando o cronograma de conversão esperado e o crescimento implícito do EBITDA. Essas ações estão sujeitas a um lock-up até o 2S24, com vesting em 14 parcelas trimestrais a partir do final do período de lock-up até o 2S27. Se a ação cair abaixo de R$ 36 durante o período de vesting, a Azul pode compensar os detentores por meio de ações preferenciais adicionais, acordos em dinheiro ou novos instrumentos de dívida, a serem decididos pela empresa no momento da conversão.

Azul: Otimismo crescente com potencial de alta de 30%

Apesar de manter a classificação neutra para a Azul, o BTG Pactual Affiliate Research se mostra cada vez mais otimista em relação à perspectiva da companhia. Os ventos favoráveis da indústria, combinados com uma estrutura de capital aprimorada e tendências macroeconômicas mais favoráveis, sugerem um potencial de alta significativo para o Azul, podendo chegar a 30% caso os yields superem as expectativas. A Azul é vista como uma das principais beneficiárias do cenário de demanda resiliente e competição racional, podendo apresentar um forte desempenho em 2024.

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