Mudanças Climáticas: Desafios na Agenda Climática dos Conselhos

Mudanças Climáticas: Desafios na Agenda Climática dos Conselhos

23/12/2023 às 9h12

Por: Fernanda Calandro
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Mudanças climáticas têm implicações profundas no cenário corporativo brasileiro. Porém, o avanço das empresas brasileiras na agenda climática, segundo a segunda edição da pesquisa “Board scorecard: a atuação dos conselhos frente aos impactos das mudanças climáticas e à estratégia net zero”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em parceria com o Chapter Zero Brazil, poderia ser resumido em “Um passo à frente, dois passos para trás”.

O estudo, que contou com a participação de 107 respondentes, mostrou que houve progresso de 8,1 pontos percentuais quanto à adoção de medidas de curto e de longo prazo alinhadas aos planos de redução de emissões de gases de efeito estufa. Em 2022, 58,6% dos entrevistados reportaram não haver providências nesse sentido, ante 50,5% este ano.

No entanto, não houve progressos em relação ao ano passado quanto às metas net zero para a emissão de gases de efeito estufa, e quanto ao objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius. Como ocorrido em 2022, mais da metade dos entrevistados sinalizou que os conselhos não estabeleceram esses objetivos.

O que isso significa?

Embora as empresas estejam começando a tomar medidas para mitigar as emissões de carbono, ainda há um longo caminho a percorrer para que elas atinjam as metas climáticas globais.

A seguir, vamos analisar os principais desafios identificados pela pesquisa:

1. A questão climática é pouco pautada pelos conselhos

A pesquisa mostrou que apenas 39,3% dos respondentes sinalizaram ser uma prática pautar as mudanças climáticas pelo menos quatro vezes ao ano na agenda do colegiado.

Isso significa que, em muitos casos, a agenda climática é abordada de forma superficial, sem a devida atenção e priorização.

Para que as empresas tenham sucesso na transição para uma economia de baixo carbono, é fundamental que a questão climática seja tratada como uma prioridade estratégica pelos conselhos.

2. Metas climáticas não são incorporadas aos incentivos e à remuneração dos executivos

A pesquisa também mostrou que as metas relacionadas ao clima não são incorporadas aos incentivos e à remuneração dos executivos de maneira significativa e mensurável.

Isso significa que os executivos não têm incentivos para priorizar a redução das emissões de carbono.

Para que as metas climáticas sejam cumpridas, é fundamental que elas sejam incorporadas aos incentivos e à remuneração dos executivos de forma clara e objetiva.

3. A questão climática não integra a avaliação de riscos e oportunidades

A pesquisa mostrou que a questão climática não integra a avaliação de riscos e oportunidades e escopo central dos negócios.

Isso significa que, em muitos casos, as empresas não estão considerando os riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas em suas decisões estratégicas.

Para que as empresas estejam preparadas para os impactos das mudanças climáticas, é fundamental que elas avaliem os riscos e oportunidades relacionados a esse tema de forma sistemática e integrada às suas decisões estratégicas.

Mudanças climáticas: empresas brasileiras precisam avançar para atingir metas globais

Os resultados da pesquisa do IBGC mostram que as empresas brasileiras estão começando a tomar medidas para mitigar as emissões de carbono, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que elas atinjam as metas climáticas globais.

Para isso, é fundamental que as empresas:

  • Pautem as mudanças climáticas de forma regular e prioritária na agenda dos conselhos;
  • Incorporem as metas climáticas aos incentivos e à remuneração dos executivos;
  • Integrem a questão climática à avaliação de riscos e oportunidades e escopo central dos negócios.

A transição para uma economia de baixo carbono é um desafio complexo, mas é essencial para o futuro do planeta. As empresas brasileiras têm um papel fundamental a desempenhar nesse processo.

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